sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pra baixo...

A espiritualidade nos dias de hoje está decadente. Vemos todo tipo de “evangelho” comercial e superficial. Hoje em dia está muito fácil seguir Jesus Cristo. Ou deveria escrever “jesus cristo”? Podemos vestir, usar, pensar, falar e fazer o que bem quisermos e como bem entendemos, sem nos preocupar com o próximo nem com o que ele pensa, muito menos com o que nos diz a Palavra da Verdade. Costumo dizer que Jesus, hoje, além de ser loiro e ter olhos azuis, usa calça jeans toda cheia de detalhes chamativos e coisas afins, sem falar nos muitos “piercings” e tatuagens espalhadas pelo corpo. A cruz? Hoje ela é de isopor. Não convém pregar sobre o legítimo pau de Jerusalém. Por quê? Porque o peso da cruz e a quantidade de ofertas e dízimos são grandezas que parecem ser inversamente proporcionais. Quanto mais leve for a cruz anunciada, mais dízimos e ofertas a igreja de hoje recebe. As pessoas não são mais discipuladas a carregar a cruz do Salvador com amor, fidelidade e perseverança, como nos tempos antigos. Que dirá serem discipuladas a morrer pela causa de Cristo. Hoje, tal pregação é uma afronta. A fidelidade, amor e perseverança, bem como a fé, nos dias atuais, giram em torno do dízimo que cada um dá e das ofertas alçadas. O salmo 51 parece não existir mais. Tem sido, na melhor das hipóteses, deixado de lado e, na pior, rasgado das bíblias. Onde encontrar Cristo hoje? No clube, nas festanças, nos bares e lugares semelhantes a estes. A casa de oração tem se tornado Casa de Boatos, Casa de Mentiras, Casa de Desfiles, Casa de Moleza, Casa de Contendas, Casa de Animações e outros nomes não muito diferentes destes.

Observando bem minha vida, como tenho andado em relação ao evangelho? Olhando para meu coração, o que tenho desejado, pensado e sentido? Minha mente tem se empenhado em que?

A superficialidade vai predominar enquanto as pessoas não aceitarem o verdadeiro desafio de seguir a Cristo, a saber, “...renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me”. É imperativo que nos esvaziemos de nós mesmo no que diz respeito aos nossos próprios pensamentos e vontades quando divergem dos Santos Ensinamentos, para que estes nos dirijam. Não somente os ensinamentos de Cristo devem estar presentes na vida daquele que pretende seguí-lO, mas também Suas dores e aflições, pela igreja, como ensinado pelo apóstolo (Col 1.24). A estas coisas nossa obediência e perseverança devem estar voltadas. É tarefa dos líderes e dirigentes das igrejas anunciarem estas coisas, não deixando que ninguém fique enganado ou nutra qualquer entendimento diferente deste, pois que é uma Doutrina Bíblica. São mercenários aqueles que se atêm à superficialidade, tendo uma visão comercial do Evangelho da Cruz.

Sabemos, no entanto, que digno é o obreiro do seu salário. Porém, é praticamente impossível esconder os textos bíblicos sobre viver modestamente, atrás das mansões, carros de luxo e outras regalias que abundam na vida de muitos líderes da igreja hoje em dia. Assim, o significado de prosperidade tem sido distorcido. Entendo que o homem próspero tem tudo o que lhe é necessário para o desempenho de sua missão enquanto peregrina por esta terra. Mas hoje, prosperidade significa enriquecer (financeiramente), sem qualquer observância ou relação com a vontade de Deus para a vida de cada pessoa e mesmo Sua Igreja. Não tenho nada contra assentos confortáveis ou ar-condicionado na igreja, se as circunstâncias assim o exigirem. Porém estes acessórios são podem ser entendidos e usados como diferencial entre uma instituição religiosa e outra como é feito com o comércio de carros. Isso se revela pela idolatria por templos e coisas semelhantes. Tais gastos têm sufocado as missões – aspecto importante a ser considerado. Os templos estão luxuosos ao preço de missionários despreparados. Os freqüentadores das igrejas têm muitas regalias ao preço de missões cada vez mais pobres, ineficazes e de curto alcance. O que se ganha erigindo Sepulcros Caiados e os contemplando? Não somente as missões têm sido vítimas do Evangelho Comercial. Os pobres têm sido ajudados? A Igreja, enquanto corpo místico de Cristo na terra tem sido guarida de órfãos e viúvas ou de feras? Os moços e moças que desejam casar-se recebem apoio financeiro da igreja para tal, ou são incentivados a primeiro estabilizarem-se financeiramente e depois casar? Realmente são questões perturbadoras. Onde estão as respostas? Creio que a resposta de cada Árvore está em seus frutos. E estes frutos devem ser analisados e julgados de acordo com a Palavra de Deus. Hoje as igrejas têm “slogans”, mais um indício de que é vista como comércio. No entanto, estes “slogans” são falsos, mentirosos. Lê-se “A igreja 100% família” e outra vez, “A igreja da família” e tantos outros. Nunca li um “A igreja que quer seus dízimos e ofertas” ou “A igreja onde seu dízimo é gasto com futilidades”. Ou por outro lado, não lemos nenhum “slogan”do tipo “A Igreja que nos ensina a carregar a Cruz” ou “Junte-se a nós no cumprimento das aflições de Cristo”.

Parece que a raiz de todos os tipos de males, o amor ao dinheiro, está se desenvolvendo vigorosamente no terreno fértil da terra santa da igreja, enquanto seus Freqüentadores são iludidos com distrações carnais e baratas.